Os biobancos emergem como pilares essenciais na biotecnologia, desempenhando um papel essencial para a pesquisa, desenvolvimento e inovação. Estas organizações armazenam materiais biológicos e dados associados, fomentando avanços em áreas como saúde, indústria e conservação da biodiversidade.
No Brasil, o país mais mega biodiverso do mundo, os biobancos são ferramentas fundamentais para aproveitar o potencial genético nacional, consolidando a bioeconomia e promovendo soluções sustentáveis. Este artigo explora como os biobancos impactam diferentes setores e como contribuem para a normalização e governança global.
Biobancos promovendo suporte à Saúde
No campo da saúde, os biobancos sustentam pesquisas inovadoras e ampliam as possibilidades de tratamento. De acordo com Renata Parca, da Anvisa, eles desempenham um papel crítico na coleta e armazenamento de amostras biológicas para estudos clínicos e desenvolvimento de terapias personalizadas.
Estas coleções possibilitam avanços como a identificação de biomarcadores e o estudo de doenças raras.
Os biobancos também fortalecem o conceito de saúde única, que integra a saúde humana, animal e ambiental. Esta abordagem é fundamental para o controle de zoonoses e para a compreensão do impacto de fatores ambientais na saúde.
O papel da Anvisa em regular estas atividades garante qualidade e ética na obtenção, manuseio e uso das amostras biológicas, ao mesmo tempo que promove segurança e transparência no uso dos dados coletados.
Biobancos promovendo suporte à Indústria
No âmbito industrial, os biobancos facilitam o desenvolvimento de produtos inovadores e sustentáveis. Eamim Squizani, do SENAI CETIQT, destaca como essas estruturas contribuem para a substituição de materiais de origem fóssil por alternativas biológicas.
Indústrias como a farmacêutica, cosmética e alimentícia se beneficiam da biodiversidade armazenada, utilizando-a como base para novos produtos e processos.
Os biobancos também fomentam a bioeconomia ao viabilizar pesquisas que exploram a aplicação de extratos vegetais, microrganismos e enzimas. Esses avanços impulsionam a competitividade do Brasil no mercado global, reduzindo custos de produção e incentivando práticas sustentáveis.
A integração com tecnologias da Indústria 4.0, como blockchain e IoT, melhora a rastreabilidade e a segurança dos processos industriais.
Biobancos promovendo suporte à Agricultura
Biobancos também exercem um papel importante na agricultura. Mariângela Hungria, da Embrapa, mostra como os biobancos funcionam como repositórios de materiais biológicos, dados e também conhecimento científico capazes de serem aplicados diretamente em cadeias produtivas de alimentos que estão presente no nosso dia a dia.
Culturas e rebanhos mais produtivos e resilientes, resistentes às pragas, doenças e aos desafios climáticos, assim como o uso racional e sustentável do solo das propriedades somente são possíveis por causa da existência dos materiais biológicos e dos dados que são mantidos pelos biobancos.
Alternativas desenvolvidas pelos biobancos para o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, como os promotores de crescimento biológicos e controle biológico de pragas e doenças, representam um enorme diferencial para desenvolvimento sustentável.
Biobancos promovendo suporte à Biodiversidade
A conservação da biodiversidade é uma das funções mais significativas dos biobancos. Alexandre Aleixo, do Instituto Tecnológico Vale, enfatiza a importância de preservar recursos genéticos para mitigar os impactos da perda de habitats e das mudanças climáticas.
Os biobancos apoiam a conservação in situ e ex situ, promovendo a sustentabilidade de ecossistemas e culturas locais.
O Brasil, com sua vasta riqueza biológica, utiliza os biobancos para estudar espécies ameaçadas, desenvolver produtos com alto valor agregado e garantir a repartição equitativa dos benefícios.
Programas como o Biobanco da Biodiversidade e Saúde da Fiocruz (BBS-Fiocruz) também ilustram como estas coleções podem alinhar a conservação à bioeconomia, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico.
Biobancos promovendo suporte à Normalização
A normalização é essencial para consolidar os biobancos como estruturas confiáveis e eficientes. Segundo Nelson Assal, da ABNT, normas técnicas promovem padronização e interoperabilidade, garantindo qualidade e reprodutibilidade nas pesquisas.
A adoção de padrões internacionais facilita a inserção do Brasil em redes globais de biobancos, ampliando oportunidades de colaboração e acesso a novas tecnologias.
Normas como a ABNT NBR ISO 20387, que apresenta requisitos para as atividades de biobancos, asseguram a competência técnica e adequação à intenção de uso de materiais biológicos e/ou sus dados associados de diferentes domínios. Essa norma é essencial para harmonizar práticas entre diferentes organizações, facilitando uma maior integração entre ciência e inovação.
Conclusão
Os biobancos são fundamentais para alavancar o potencial biotecnológico do Brasil, contribuindo para a saúde, indústria, agricultura, conservação da biodiversidade e normalização global. Por meio de investimentos em infraestrutura, governança e colaboração internacional, o Brasil pode se posicionar como líder no uso sustentável de seus recursos biológicos.
A adoção de biobancos como ferramentas estratégicas não apenas fortalece a ciência nacional, mas também impulsiona soluções inovadoras para desafios globais.
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