A possibilidade de diagnosticar um câncer por meio de uma simples coleta de sangue já é realidade. Até há pouco tempo, a técnica de diagnóstico oncológico denominada biópsia líquida (análise de DNA tumoral no sangue periférico) identificava apenas o câncer de pulmão. Avanços dos últimos anos permitiram expandir as possibilidades. Agora, também é possível detectar alterações genéticas passíveis de tratamento alvo em pacientes com diferentes tipos de tumores sólidos avançados.
O exame é feito a partir da coleta de 20 a 30 ml de sangue. Com esse material biológico, é possível extrair até 10 nanogramas de DNA e RNA tumorais circulantes no sangue para avaliar a presença de variações que servem de biomarcadores.
A técnica evita procedimentos e cirurgias invasivas para a realização de biópsias, procedimento que apresenta riscos como agravamento de lesões por excesso de manipulação, contaminação do tecido saudável ao redor do tumor, hemorragias, infecções e formação de fístulas.
A biópsia líquida pode ser usada em diferentes momentos da doença: para o diagnóstico, identificação de marcadores para terapia alvo, mecanismos de resistência, análise de progressão do câncer e até controle de recidiva. É importante ressaltar que o conhecimento de determinadas mutações das células cancerígenas permite o uso de medicamentos direcionados para cada paciente, o chamado “tratamento alvo direcionado”. Esse tipo de abordagem pode aumentar a taxa de sucesso do tratamento e diminuir a ocorrência de efeitos colaterais, uma vez que reduz o impacto sobre as células saudáveis.
Uma única amostra de sangue é capaz de representar o tumor como um todo, incluindo informações de tumores primários e até metástases. Nos Estados Unidos, há pelo menos três laboratórios com pesquisas neste sentido.
Brasil
Cientistas brasileiros avaliaram em dois estudos diferentes a capacidade das plataformas PCR Digital em Gotas (dd-PCR Digital) e Sequenciamento de Nova Geração – NGS com tecnologia de captura híbrida identificarem alvos-tumorais presentes no DNA tumoral circulante no sangue periférico dos participantes.
A análise é chamada de somática, pois avalia somente o DNA presente no tumor, ao contrário da análise germinativa, que avalia o DNA do paciente em busca de alterações herdadas. Os autores dos estudos são o oncogeneticista André Márcio Murad, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, e os pesquisadores do Laboratório Personal a bióloga e PhD em Genética: Juliana Carneiro e o oncogeneticista José Cláudio Casali da Rocha.
Eles encontraram taxas de sucesso consideráveis em ambas as plataformas. Os estudos são importantes pois avaliam o resultado da biópsia líquida no perfil genético dos brasileiros, já que as características dos tumores que ocorrem no Brasil não são necessariamente idênticas às observadas em pacientes norte-americanos e europeus.
De forma prática, os dados gerados pelos pesquisadores permitem aos oncologistas solicitarem as biópsias líquidas com maior segurança.
Fonte: Diagnósticos do Brasil, Medicina S/A e UOL.
Fonte: Diagnósticos do Brasil, Medicina S/A e UOL.
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