A pandemia trouxe para dentro de casa a necessidade de lidar com a saúde mental. De repente, foi preciso conviver com o isolamento, a insegurança, o desemprego ou a perda de familiares em consequência da Covid-19. Muitas vezes, tudo ao mesmo tempo, o que levou muitos brasileiros a refletirem mais sobre a vida e o bem-estar.
A preocupação no Brasil com os transtornos mentais triplicou nos últimos quatro anos e, agora, já supera até o medo do câncer, que antes era a doença mais temida. Uma pesquisa da Global Health Service Monitor, do fim do ano passado e com alcance mundial, mostrou que quase metade dos brasileiros (49%) disseram que estavam preocupados com a ansiedade e a depressão. Foram entrevistadas pessoas de todas as classes sociais e regiões do país.
Mesmo antes da pandemia, a população brasileira já era considerada a mais ansiosa do mundo pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Um relatório de 2019 revelou que 18,6 milhões de brasileiros tinham o transtorno.
A saúde mental ganhou peso de urgência e se tornou prioridade. O resultado prático foi que muitas pessoas procuraram ajuda pela primeira vez. Uma pesquisa do Instituto FSB revelou que 60% dos brasileiros que fazem terapia começaram as sessões durante a pandemia. A principal queixa era a ansiedade. As alterações de humor e a insônia aparecem em seguida como motivos, respectivamente.
Também houve aumento de pacientes com depressão. Durante os períodos de quarentena, o Brasil liderou os casos da doença, segundo estudo realizado pela Universidade de São Paulo em 11 países. A Pesquisa Vigitel 2021, do Ministério da Saúde, mostrou um aumento da incidência. Segundo o boletim, 11,3% dos brasileiros receberam um diagnóstico médico para a depressão no período.
A busca por tratamentos repercutiu diretamente no mercado farmacêutico. A venda de medicamentos antidepressivos e estabilizadores de humor cresceu cerca de 58%, entre 2017 e 2021, segundo dados do Conselho Federal de Farmácia.
As versões genéricas dos antidepressivos também tiveram aumento nas vendas e cresceram 55,6% entre 2019 e 2022, de acordo com a PróGenéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares).
Assim como a ansiedade, o Brasil também tem um número relevante de casos de depressão. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE, mais de 16 milhões de pessoas enfrentam a doença. O Brasil é o país com maior prevalência de depressão na América Latina, segundo a OMS.
Venda de ansiolíticos deu salto na pandemia
A procura por ansiolíticos, também conhecidos como calmantes, deu um salto. O consumo do clonazepam, vendido comercialmente com a marca Rivotril, aumentou 13% na pandemia. Passou de 27,6 milhões de caixas em 2019 para 31,3 milhões em 2020, segundo um relatório do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos).
O Rivotril é um medicamento controlado de ação tranquilizante prescrito por médicos psiquiatras para pessoas que enfrentam crise de ansiedade, depressão e quadros similares.
O remédio é um dos mais populares no Brasil, inclusive pelo preço acessível. Apesar de ser vendido somente com receita, passou a ser usado para combater efeitos dos estresses diários, como insônia, problemas no trabalho e nos relacionamentos, chegando até a ser prescrito para minimizar sintomas da TPM.
Especialistas, no entanto, alertam que o ansiolítico só deve ser administrado com orientação médica e que o uso indiscriminado pode causar dependência. O tratamento com acompanhamento profissional faz com o que os medicamentos sejam parte da solução para melhorar a vida do paciente e não um problema adicional.
Fonte: Ministério da Saúde, BBC News, Folha de S. Paulo, Valor, CNN Brasil, Veja Saúde e Portal R7
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