Cientistas brasileiros avançam na pesquisa contra o câncer cerebral mais agressivo
Estudo aponta o surgimento de uma nova tecnologia para auxiliar no combate do tumor cerebral glioblastoma multiforme

Um estudo publicado por cientistas da Unesp, Unicamp e USP no periódico International Journal of Pharmaceutics aponta o surgimento de uma nova tecnologia para auxiliar no combate do tumor cerebral glioblastoma multiforme, o tipo mais agressivo de câncer. Ele é responsável por 60% de todos os cânceres cerebrais.
O glioblastoma multiforme pertence ao subgrupo dos gliomas, que são tumores cerebrais que se originam das células da glia, presentes no tecido normal do sistema nervoso central e que dão suporte estrutural e bioquímico à rede neuronal do cérebro. O combate ao tumor tem como entrave a dificuldade dos fármacos atravessarem a barreira hematoencefálica para chegarem até ele. Essa barreira filtra a passagem de substância para o sistema nervoso central.
O novo tratamento é fruto da combinação de três etapas que envolvem nanotecnologia, quimioterapia e o auxílio de um anticorpo monoclonal. O nanocarreador, resultado da combinação, é capaz de chegar ao cérebro, ligar-se às células tumorais e liberar um quimioterápico com docetaxel e bevacizumabe. Essa ação inibiria o desenvolvimento glioblastoma multiforme, que apresenta como maior desafio a angiogênese, ou seja, a capacidade de criar vasos sanguíneos próprios de maneira acelerada e de se fortalecer no organismo humano
Resultados alcançados
Os testes foram aplicados em seis grupos de ratos, todos inoculados com células de glioma, um tipo de câncer similar ao glioblastoma. Cada grupo foi submetido a um tipo de tratamento, inclusive com placebo. O grupo que recebeu o nanocarreador apenas com docetaxel, mas sem o anticorpo monoclonal, teve uma redução de 40% no volume do câncer, enquanto o composto com docetaxel e bevacizumabe alcançou uma diminuição de 70% do volume.
Os testes em células isoladas do glioblastoma e em células saudáveis também obtiveram sucesso. O nanocarreador foi capaz de eliminar cinco vezes mais células cancerosas, em comparação com o uso do docetaxel isolado, sem afetar as células saudáveis ou piorar os índices de biomarcadores como albumina e creatinina, indicando que a toxicidade não foi intensificada. Os pesquisadores ainda verificaram que o potencial medicamento conseguiu entrar nas células doentes e liberar o docetaxel de maneira contínua por cerca de 84 horas, o que sugere uma disponibilização prolongada do quimioterápico no organismo.
Essa linha de pesquisa ainda deve exigir muitos anos de desenvolvimento, porém já atesta o potencial dos nanocarreadores no combate de tumores cancerígenos. Uma esperança para pacientes que, mesmo com cirurgia, quimioterapia e radioterapia possuem uma média de sobrevida de apenas 14 meses.
Fonte: R7 e Revista Veja

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