Cientistas estimam que cinco milhões de espécies de fungos vivem na Terra, muitas delas presentes em alimentos. Desse total, cerca de 120 mil foram identificadas e algumas centenas são conhecidas por oferecerem malefícios aos seres humanos. Por essa razão, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) desenvolveu tabelas com regras para o consumo de alimentos que apresentam contaminantes fúngicos. O intuito é evidenciar o que ainda pode ser consumido e o que precisa ser descartado.
O trabalho é relevante já que estimativas apontam uma taxa de mortalidade por infecções fúngicas invasivas de até 50%, o que representa 1,6 milhão de mortes e US$ 7,2 bilhões em custos médicos por ano no mundo.
As doenças transmitidas por alimentos (DTAs), que em alguns países atingem uma a cada seis pessoas, podem ser causadas por agentes químicos, físicos ou biológicos. Esses últimos entram no organismo, geralmente, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados. Eles levam à deterioração dos alimentos bem como produção de diferentes tipos de micotoxinas (substâncias produzidas por fungos e que provocam efeitos tóxicos) que são danosas aos seres humanos.
Vários fatores colaboram para os perigosos efeitos dos fungos, como a capacidade dos micróbios de evoluir rapidamente, o aumento de pressões seletivas que os forçam a se adaptar e uma população crescente de humanos suscetíveis. Junta-se a isso as mudanças no meio ambiente e no clima, bem como o uso excessivo de fungicidas na agricultura que ajudaram a criar um micróbio mais resistente.
Medidas de segurança
O determinante quando se trata dos fungos contaminantes de alimentos é entender até que ponto é seguro consumir produtos acometidos por eles e quais os cuidados necessários para evitar que a proliferação continue. Ao contrário da contaminação bacteriana, a fúngica muitas vezes pode ser vista a olho nu, como é o caso do bolor. Entretanto, nem sempre é possível visualizar toda a extensão da contaminação.
Fungos preferem ambientes quentes e úmidos, embora possam crescer em temperaturas de geladeira. Por isso, é recomendada a higienização constante e periódica do eletrodoméstico para evitar a proliferação, bem como a contaminação dos alimentos. Um cuidado fundamental já que uma alimentação adequada e livre de microrganismos contaminantes contribui para a manutenção da saúde e fortalece o sistema imunológico.
Outras medidas que podem ser tomadas para a segurança alimentar e que evitam a proliferação dos microrganismos são o armazenamento seguro dos produtos, com temperatura e umidade adequadas para cada tipo, higiene durante a manipulação e o descarte também adequado do que não pode ser consumido.
Contaminação
Os fungos filamentosos, mais conhecidos como bolores, toleram o sal e o açúcar, portanto podem contaminar geleias refrigeradas e carnes salgadas curadas (presunto, bacon, salame e mortadela). Já os alimentos com alto teor de umidade são vulneráveis à contaminação microbiana, sobretudo fúngica, e são afetados abaixo da superfície. Neste caso, recomenda-se o descarte de todo o produto. É o que ocorre com carnes cozidas (incluindo aves), bacon, salsichas, cereais, massas caseiras, pratos prontos e queijos macios, como cottage, cream cheese, queijos fatiados e ralados. Essa regra também é válida para frutas e alimentos macios como pepino, pêssego, tomate e morango.
Alimentos considerados porosos também podem ser contaminados abaixo da superfície, portanto o consumo representa risco de infecções gastrointestinais e de reações alérgicas que variam a intensidade de acordo com a resposta imunológica de cada indivíduo. Nesse contexto, pães e bolos com presença de contaminação fúngica visível devem ser descartados também como um todo.
Os alimentos que possuem baixo teor de umidade são mais resistentes à penetração fúngica em virtude da consistência dura. Segundo o USDA, o consumo é recomendado, contudo é necessário cortar pelo menos 2,55 centímetros em torno e por baixo do local onde o fungo está presente. Isso para evitar a contaminação cruzada. É importante, inclusive, não tocar o fungo com a faca. Após a remoção do bolor, recomenda-se higienizar o local e cobrir com embalagem limpa. São exemplos: cenoura, pimentão, repolho e queijos mais firmes, como gorgonzola.
No caso de alimentos processados e sem conservantes, como manteiga de amendoim e nozes, o consumo é de alto risco em virtude da maior probabilidade da contaminação fúngica. O consumo não é recomendado.
Fonte: Revista Analytica e National Geographic
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