Indústria Cosmética

Testes em animais: como funcionam e o que é o mercado cruelty free?

Com a sociedade cada vez mais preocupada com o meio ambiente e o consumo sustentável, o mercado tem buscado produtos alternativos que se alinhem a uma teoria de produção mais equilibrada, responsável e que cause menos impactos ambientais.

Escrito por Talk Science

18 FEV 2021 - 12H20 (Atualizada em 03 AGO 2021 - 18H38)

Com a sociedade cada vez mais preocupada com o meio ambiente e o consumo sustentável, o mercado tem buscado produtos alternativos que se alinhem a uma teoria de produção mais equilibrada, responsável e que cause menos impactos ambientais.

Nesse contexto, o movimento cruelty free passou a ganhar repercussão, por meio da proibição do uso de animais para testes ou atividades na produção de produtos, sobretudo em indústrias de cosméticos e produtos de limpeza.

A razão para isso deve-se ao avanço da tecnologia e da ciência, que já possibilita testes opcionais com a mesma (ou melhor) eficácia que os testes em animais, que ao serem envolvidos em experiência passam por maus-tratos. Por isso, a proibição dessa prática antiética.

Para que você saiba mais sobre o assunto, apresentaremos, neste artigo, as principais informações a respeito dos testes em animais e do mercado cruelty free. Continue a leitura e confira!

Como funciona o setor de cosméticos cruelty free?

De modo geral, o termo cruelty free, em português, significa “livre de crueldade” e é aplicado a produtos que não utilizam animais em testes. O termo é constantemente usado em embalagens de cosméticos, em forma de selos desenvolvidos por instituições responsáveis.

Os produtos cruelty free são aqueles que não utilizam animais como cobaias durante o processo de fabricação. Ou seja, nenhuma matéria-prima é testada em animais, seja pela própria empresa, por laboratórios terceirizados, pelo fabricante do produto ou pelos fornecedores.

As empresas contrárias ao uso de animais apontam que os testes geram sofrimento, consomem muito tempo e recursos, além de limitar a quantidade de substâncias que podem ser testadas.

É importante ressaltar que os produtos veganos e os cruelty free são diferentes. Apesar de apresentarem uma atitude sustentável e consciente, o objetivo de ambos não é mesmo. Enquanto o veganismo sugere o término de atividades antrópicas relacionadas à exploração animal, seja para alimento, trabalho, vestuário ou demais finalidades, o cruelty free é voltado especificamente à proibição de testes feitos nos bichos.

Como a tecnologia tem sido usada para evitar testes em animais?

Hoje em dia, com o avanço da tecnologia e a possibilidade de métodos artificiais para comprovar a qualidade e a segurança dos produtos, a maioria dos testes em animais é injustificada.

Nesse sentido, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) desenvolveu alguns métodos alternativos para serem usados no processo de registro de cosméticos, medicamentos, alimentos e produtos de higiene e limpeza, bem como pesquisas no ensino.

De modo geral, os métodos substituem os principais procedimentos mais comuns e que causam muita dor aos animais, como:

avaliação de irritação ocular ou de pele;
toxicidade aguda;
absorção cutânea.

Nesses testes é possível, por exemplo, reproduzir o tecido epitelial humano para testes de corrosão ou camadas de tecido ocular para testes de irritação. Além disso, alguns produtos também são testados em humanos voluntários.

Entre as soluções disponíveis que podem substituir os testes em bichos, estão as tecnologias inovadoras que abrangem:

triagem de alta produtividade;
modelos computacionais e chips baseados em cultura de células;
tecido humano artificial;
células in vitro;
pele sintética.

Por que é importante investir nisso?

Como dito, devido à evolução da ciência, testar produtos cosméticos, de higiene pessoal e de limpeza em animais é desnecessário e antiético, assim como cruel e sofrido para os que são expostos. Além disso, existe a ausência de precisão dos resultados obtidos por meio de testes feitos em animais.

É evidente que as marcas que investem no cruelty free conseguem transmitir essencialmente inovação e maior qualidade a seus clientes, oferecendo vantagens para a esfera social coletiva.

Pode-se dizer que a escolha por produtos cruelty free tem como efeitos a mudança de comportamento de consumidores, a maior preocupação com os animais e o meio ambiente, a busca por transparência nos processos de produção, a criação de novos nichos no mercado de pesquisa científica e testagem e a adoção de boas práticas pelas instituições.

Sem dúvida, a sociedade deseja todos esses efeitos, já que a maioria dos consumidores passou a exigir produtos que atendam a padrões éticos, reconhecendo que os animais são dignos de proteção e respeito. Além disso, como dito, a ciência se desenvolveu e as técnicas se tornaram mais inovadoras e modernas. Essa mudança produz novos postos de trabalho e novas demandas de mercado, colaborando para o impulso do setor de cosméticos.

Quais as diferenças na lei dos países?

Em relação aos testes em animais, cada país apresenta sua própria legislação para lidar com o assunto, com normas específicas.

No Brasil, a Lei 23.050, de 2018, defende o uso de animais para desenvolvimento, experimento e teste de produtos cosméticos e de higiene pessoal. Sem principal objetivo é impedir maus-tratos de animais recorrentes nesses procedimentos.

No entanto, a lei federal não generaliza os casos, porque, em situações excepcionais, alguns testes são permitidos pela autoridade sanitária, mas apenas quando há graves preocupações em relação à segurança de uma substância e após consulta à sociedade.

Nos Estados Unidos, a Food and Drugs Administration (FDA), uma agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, não fiscaliza nem regula a aplicação do termo cruelty free. Isso faz com que muitas empresas ou marcas cruelty free atuem livremente no país, mesmo irregulares.

Já a União Europeia, desde 2013 proíbe a comercialização de qualquer produto cosmético testado em animais em seus 27 países, assim como a Austrália e a Nova Zelândia, que já adotaram medidas nesse sentido.

Em contrapartida, a China permite o teste em animais legalmente, além de possibilitar que produtos assim sejam importados, o que faz com que muitas organizações que se interessam pelo mercado consumidor chinês sigam testando em animais.

Como vimos, os testes em animais são cruéis e contribuem para o sofrimento animal, por isso as empresas precisam se adaptar e buscar alternativas para esse cenário, sobretudo de forma mais ética e inovadora. Portanto, ideal é optar por marcas que sejam cruelty free se preocupem com o bem-estar dos bichinhos!

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