Indústria de química analítica

Espectrometria de massas na análise química: principais segredos

Escrito por 21brz

08 FEV 2024 - 10H10

Na vanguarda da revolução analítica, a Espectrometria de Massas (MS) emerge como uma ferramenta indispensável, desvelando os segredos ocultos nas complexas composições químicas.

Essa técnica, que utiliza a relação massa/carga (m/z) para identificar compostos em amostras, transcende a mera detecção, adentrando o âmago molecular.

No cerne da MS reside a habilidade de determinar o peso molecular de um composto, explorando sua abundância isotópica. A amostra é transformada em íons gasosos, e a identificação desses íons, baseada em suas proporções de massa/carga e abundâncias relativas, desencadeia uma dança analítica precisa.

Considerada um pilar estabelecido na análise química, a MS oferece uma gama de vantagens, desde a seletividade até a sensibilidade, sendo habilmente integrada a diversas técnicas cromatográficas.

Seu alcance abraça setores tão diversos quanto o farmacêutico, alimentício, clínico e ambiental, solidificando seu papel como protagonista nos laboratórios de pesquisa e controle de qualidade.

No desdobramento deste artigo, adentraremos nos fundamentos e aplicações da Espectrometria de Massas, desvendando os intricados segredos que a tornam a peça central na indústria química analítica.

Exploraremos as técnicas de Ionização por Electrospray (ESI) e Ionização por Química (CI), desvendando suas contribuições singulares para o avanço das análises químicas.

O que é Espectrometria de Massas?

A Espectrometria de Massas (MS) é uma técnica analítica que utiliza a relação massa/carga (m/z) para identificar compostos em uma amostra. Essencialmente, a técnica determina o peso molecular de um composto ao analisar sua abundância isotópica.

Na prática, a amostra é ionizada em íons gasosos, e esses íons são identificados com base em suas proporções de massa/carga e abundâncias relativas.

A MS é um método estabelecido, oferecendo benefícios como seletividade, sensibilidade e a capacidade de analisar várias amostras. Além disso, pode ser combinada com diferentes técnicas cromatográficas, como cromatografia líquida, em camada fina, gasosa ou plasma indutivamente acoplado.

Amplamente aplicada em setores como farmacêutico, alimentício, saúde, pesquisa clínica e testes ambientais, a MS é fundamental na análise química, instrumental, laboratorial e de controle de qualidade.

Compreender esses fundamentos é crucial para explorar o potencial dessa técnica na indústria química analítica. No próximo trecho, exploraremos as técnicas de Ionização por Electrospray (ESI) e Ionização por Química (CI) e seu impacto nas análises químicas.

Importância da Espectrometria de Massas na Indústria Química Analítica

A Espectrometria de Massas (MS) se destaca como uma ferramenta analítica crucial, fornecendo informações sobre a composição elementar, estrutura molecular e proporções isotópicas em amostras.

Essa técnica abrange desde a identificação e quantificação de biomoléculas, como carboidratos e ácidos nucleicos, até o sequenciamento de biopolímeros, como proteínas. Além disso, é fundamental em análises de abuso de drogas, detecção de contaminantes ambientais e datação em geoquímica e arqueologia.

O emprego da Espectrometria de Massas é amplo e impacta positivamente a indústria química analítica. A capacidade de proporcionar resultados precisos em análises qualitativas e quantitativas a torna indispensável para profissionais em diversos setores.

Espectrometria de Massas de Ionização por Electrospray (ESI)

Introduzida em 1984, a técnica de Espectrometria de Massas de Ionização por Electrospray (ESI) revolucionou a análise química ao permitir a ionização de moléculas com massas molares superiores a 1.000 Daltons. Esse método inovador foi um marco significativo no entendimento da estrutura da matéria.

O processo de ESI envolve a formação de um spray eletrostático da solução analítica, impulsionado através de um capilar metálico sob um campo eletrostático. Isso resulta na geração de íons na fase gasosa, possibilitando análises detalhadas de biomoléculas, como proteínas e ácidos nucleicos.

Em contraste com métodos tradicionais, a ESI não fragmenta macromoléculas, preservando a integridade de suas estruturas moleculares.

As vantagens da ESI são notáveis, incluindo a capacidade de lidar com amostras de grandes massas moleculares. Essa técnica, frequentemente acoplada à Cromatografia Líquida (HPLC), opera à pressão atmosférica, eliminando a necessidade de vácuo.

Além disso, a ESI é compatível com espectrômetros de massas Tandem, permitindo análises quantitativas e qualitativas precisas.

No entanto, desafios também são observados na aplicação da ESI. A técnica enfrenta limitações na análise de misturas, resultando em uma confiabilidade reduzida dos resultados.

Manter a limpeza da fonte de ionização é crucial, pois resíduos de análises anteriores podem afetar os resultados. A presença de múltiplas cargas associadas aos íons moleculares pode gerar dados espectrais complexos, especialmente em amostras mistas.

A Espectrometria de Massas de Ionização por Electrospray continua a ser uma ferramenta valiosa na indústria química analítica, facilitando análises detalhadas de macromoléculas biológicas e contribuindo para avanços significativos em pesquisas clínicas e laboratórios.

Espectrometria de Massas de Ionização por Química (CI)

A Espectrometria de Massas de Ionização por Química (CI) surgiu em 1966, desenvolvida por Burnaby Munson e Frank H. Field como uma resposta aos estudos fundamentais da interação íon/molécula.

Esta técnica, também conhecida como Ionização Química, tornou-se uma ferramenta poderosa e versátil para identificação e quantificação de moléculas orgânicas em diversos campos, como química, bioquímica e ambiental.

A CI-MS é considerada uma abordagem "suave" de ionização em comparação com a ionização por impacto de elétrons (EI). A energia envolvida no processo de CI é significativamente menor (1 a 4 eV), em contraste com os 70 eV do método EI, que é considerado "forte".

Essa diferença de energia resulta em uma ionização química que preserva a molécula do analito, proporcionando um intenso íon molecular e uma fragmentação mais simples.

Comparando os espectros obtidos por EI e CI para a molécula de Metionina, por exemplo, observa-se que no espectro de CI o íon molecular protonado [M+H]+ é proeminente, com intensidade relativa de 100%, e pouca fragmentação em comparação ao espectro de EI. A CI oferece, assim, um padrão de fragmentação mais claro e relevante.

A técnica de ionização química ocorre em dois passos distintos. Inicialmente, um gás reagente, como metano, isobutano ou amônia, é ionizado por impacto de elétrons em uma fonte de íons a vácuo.

Em seguida, as moléculas da amostra são introduzidas na mesma fonte de íons, sem impacto de elétrons e com pressão superior, ocorrendo a ionização química pela interação com os íons do gás reagente.

A seletividade da CI é notável, permitindo sua realização em pressão atmosférica sem interferência das moléculas da atmosfera. Isso se reflete em técnicas como APCI-MS (Atmospheric Pressure Chemical Ionization Mass Spectrometry), amplamente utilizada na análise de macromoléculas.

Além disso, a CI marca uma transição significativa ao eliminar a dependência de sistemas de vácuo na primeira seção do espectrômetro de massas, como visto na APCI-MS.

As vantagens da CI incluem a identificação intensiva do íon molecular protonado, reprodutibilidade na análise, baixa fragmentação da molécula do analito, interface com cromatógrafos a gás (GC) e a geração de íons à pressão atmosférica.

No entanto, algumas desvantagens devem ser consideradas, como a falta de uma biblioteca de espectros de massas, a necessidade de amostras voláteis e a dependência da protoafinidade do gás reagente.

Conclusão

Ao explorarmos os meandros da Espectrometria de Massas (MS), testemunhamos o seu papel crucial na decifração dos segredos ocultos nas intricadas composições químicas. Essa técnica, que vai além da mera detecção, revelou-se uma ferramenta indispensável, fornecendo uma dança analítica precisa ao adentrar o âmago molecular.

Desde a determinação do peso molecular até a identificação e quantificação de biomoléculas, a MS se posiciona como um pilar estabelecido na análise química. Sua aplicação, permeando setores tão diversos como farmacêutico, alimentício, clínico e ambiental, solidifica sua relevância nos laboratórios de pesquisa e controle de qualidade.

Ao desbravarmos os caminhos da Ionização por Electrospray (ESI) e Ionização por Química (CI), testemunhamos inovações que revolucionaram a análise química, desde a preservação de estruturas moleculares complexas até a eliminação da dependência de sistemas de vácuo.

Nesse contexto, convidamos você a explorar ainda mais esses horizontes na próxima edição da Feira Analitica. Acesse o site da feira para conferir a cobertura completa da última edição e manter-se atualizado sobre as últimas tendências e avanços na espectrometria de massas e análise química.

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