A validação de métodos analíticos desempenha um papel crucial na garantia da qualidade e confiabilidade das análises realizadas em diversos setores, desde a indústria farmacêutica até a alimentícia.
No contexto regulatório, a implementação de normas como a Resolução RDC 166 trouxe mudanças significativas, alinhando os procedimentos às diretrizes internacionais e elevando os padrões de qualidade exigidos.
Neste guia completo para validação de métodos analíticos, exploraremos em detalhes os processos e práticas essenciais para atender aos requisitos regulatórios e normativos, garantindo a conformidade e a excelência nas análises realizadas em laboratórios.
Desde a definição dos parâmetros de validação até a interpretação dos resultados, cada etapa desempenha um papel fundamental na obtenção de dados precisos e confiáveis.
Requisitos regulatórios e normativos
A implementação da Resolução RDC 166 trouxe mudanças significativas e alinhadas com padrões internacionais para a validação de métodos analíticos. No entanto, o desafio inicial enfrentado pelas empresas é a reestruturação de procedimentos internos e a capacitação do corpo técnico para atender às novas exigências.
Profissionais agora precisam ter um senso crítico aguçado e competência estatística para lidar com os dados gerados durante a validação, o que impacta diretamente nos custos e prazos do setor produtivo.
As principais observações da indústria em relação à RDC 166 incluem detalhamentos sobre os parâmetros da validação, como seletividade, linearidade e precisão, além da previsão do efeito matriz para matrizes complexas.
A norma também exige que abordagens alternativas sejam tecnicamente justificadas com base em referências científicas reconhecidas e que todos os dados relevantes obtidos durante a validação sejam protocolados para avaliação da Anvisa.
O descumprimento das disposições da resolução constitui infração sanitária, destacando a importância da conformidade com os requisitos estabelecidos.
Etapas do processo de validação
A validação de métodos analíticos, conforme estabelecido na RDC 166/17 da ANVISA, segue uma série de parâmetros essenciais para assegurar a confiabilidade dos resultados. Vamos explorar cada um deles:
1. Linearidade
Este parâmetro demonstra a relação direta entre as respostas analíticas e as concentrações dos analitos na amostra, garantindo que o método seja proporcional e confiável em diferentes níveis de concentração.
2. Efeito matriz
Ao analisar o efeito matriz, consideramos como os componentes presentes na matriz da amostra afetam a resposta analítica do método, garantindo que a presença de outros elementos não interfira nos resultados.
3. Faixa de trabalho
Definida com base na linearidade, precisão e exatidão, a faixa de trabalho estabelece os limites aceitáveis para os diferentes tipos de ensaios, levando em conta a uniformidade, testes de dissolução e determinação de impurezas, entre outros.
4. Precisão
Avalia a consistência dos resultados obtidos em testes repetidos com amostras preparadas de forma semelhante, medindo a repetibilidade, precisão intermediária ou reprodutibilidade do método.
5. Exatidão
Este parâmetro verifica o quão próximo os valores obtidos pelo método analítico estão dos valores de referência, garantindo a confiabilidade e precisão das análises.
6. Limite de detecção
Determina a menor quantidade de analito que pode ser detectada pelo método, embora não necessariamente quantificada, sendo crucial para identificar a presença de substâncias em baixas concentrações.
7. Limite de quantificação
Estabelece a menor quantidade de analito que pode ser determinada com precisão e exatidão, garantindo que o método seja capaz de quantificar de forma confiável os componentes da amostra.
8. Robustez
Finalmente, a robustez avalia a capacidade do método em resistir a pequenas variações deliberadas nas condições de análise, assegurando que pequenas mudanças não afetem significativamente os resultados finais.
Ao seguir essas etapas rigorosamente, os laboratórios garantem que seus métodos analíticos atendam aos mais altos padrões de qualidade e confiabilidade, contribuindo para a segurança e eficácia dos produtos analisados.
Boas práticas de laboratório na validação
A validação de métodos analíticos é uma etapa crucial para garantir a confiabilidade e precisão das análises realizadas em laboratórios. Para assegurar uma validação eficaz, é fundamental seguir boas práticas de laboratório, incluindo:
1. Adesão aos parâmetros regulatórios: Os métodos analíticos devem ser validados de acordo com os parâmetros estabelecidos pelas agências regulatórias pertinentes, como ANVISA, INMETRO ou MAPA. Esses parâmetros garantem que o método seja flexível, reprodutível, estável e preciso.
2. Avaliação abrangente: Durante a validação, o método é avaliado por diferentes analistas, utilizando diversos equipamentos de medição e ensaio, bem como diferentes métodos de análise. Isso garante que todas as fontes potenciais de variação sejam consideradas e que os resultados sejam consistentes.
3. Documentação completa: Todos os dados relevantes para a validação devem ser cuidadosamente documentados e registrados, garantindo a rastreabilidade e transparência do processo. Isso inclui registros detalhados das etapas da validação e dos resultados obtidos.
4. Elaboração de procedimentos operacionais claros: Para garantir a aplicação adequada do método, é essencial elaborar procedimentos operacionais claros e detalhados. Isso permite que o método seja replicado de forma consistente e compreensível por todos os profissionais envolvidos no processo analítico.
Ao seguir essas boas práticas de laboratório durante o processo de validação, os laboratórios podem garantir a qualidade e confiabilidade das análises realizadas, fornecendo resultados precisos e consistentes para seus clientes e parceiros.
Análise de dados e interpretação de resultados
A análise de dados desempenha um papel essencial na validação de métodos analíticos, fornecendo insights valiosos para a tomada de decisões de negócios. Esta fase crítica do processo é composta por várias etapas, cada uma crucial para o sucesso da análise. Vejamos como isso se desenrola:
Definição da pergunta
O primeiro passo é definir claramente o objetivo da análise, formulando uma pergunta que esteja diretamente relacionada a um desafio ou problema específico do negócio. As perguntas devem ser mensuráveis, claras e concisas.
Coleta de dados
Após a definição da pergunta, o próximo passo é determinar a estratégia para coletar os dados relevantes que ajudarão na análise. Fontes de dados apropriadas são selecionadas e os dados são reunidos para fornecer uma visão abrangente do problema em questão.
Limpeza dos dados
Antes de prosseguir com a análise, os dados coletados passam por um processo de limpeza para remover erros, duplicatas e inconsistências. Este passo é crucial para garantir a integridade e confiabilidade dos dados que serão analisados.
Análise de dados
Com os dados limpos em mãos, o analista pode iniciar a análise propriamente dita. Diferentes métodos de análise podem ser empregados, incluindo análise descritiva, diagnóstica, preditiva e prescritiva, dependendo dos objetivos da análise.
Visualização e compartilhamento de descobertas
Por fim, os insights obtidos durante a análise são visualizados e compartilhados de forma a permitir que os stakeholders tomem decisões informadas. Ferramentas como Google Charts ou Tableau podem ser utilizadas para criar visualizações claras e intuitivas dos dados, facilitando a interpretação e a comunicação das descobertas.
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