Teste de sangue usa IA para prever risco de mais de 20 doenças

Cientistas alemães e britânicos desenvolveram um teste de sangue único que utiliza inteligência artificial para detectar o risco de aparecimento de 24 diferentes doenças, incluindo as metabólicas, vasculares, respiratórias, musculoesqueléticas e neurológicas, além de diversos tipos de câncer.

Os pesquisadores, da Universidade de Medicina de Berlim, na Alemanha, e da Universidade College London, no Reino Unido, analisaram amostras de sangue congeladas de um banco biológico, que acompanha há mais de 15 anos cerca de 500 mil participantes.

A pesquisa conseguiu detectar os níveis de 168 metabólitos usando espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN), um método considerado robusto, de fácil execução e relativamente barato. Ele mede os níveis de substâncias como colesterol e glicose no sangue, mas também moléculas menos conhecidas e identificadas com menor frequência em amostras laboratoriais.

De acordo com o coautor do artigo e médico assistente do Departamento de Cardiologia da Universidade de Medicina de Berlim, Jakob Steinfeldt, estudos recentes mostram que metabólitos individuais estão relacionados ao desenvolvimento de várias doenças e que havia uma suspeita por parte da equipe de que a combinação de vários metabólitos diferentes poderia fornecer informações preditivas sobre o risco de um indivíduo desenvolver algumas patologias.

A PESQUISA

A equipe determinou quais participantes haviam contraído qualquer uma das 24 doenças e combinaram essa informação com o metaboloma sanguíneo coletado de uma amostra do indivíduo antes do diagnóstico.

Na sequência, recorreram à inteligência artificial para treinar uma rede neural que entendesse os estágios metabolômicos específicos da doença, a partir de 168 marcadores metabólicos circulantes, e conseguiram criar um modelo capaz de calcular até que ponto se consegue prever o desenvolvimento de uma patologia.

Os pesquisadores testaram o poder preditivo dos perfis metabolômicos e compararam os resultados com métodos tradicionais para calcular o risco de desenvolver determinadas doenças .

Esse modelo de trabalho foi validado com sucesso em quatro estudos posteriores realizados na Holanda e no Reino Unido, indicando que a técnica é amplamente aplicável.

Os cientistas também utilizaram o modelo para calcular os limites que poderiam sinalizar quando seria aconselhável intervir preventivamente, com medicamentos ou mudanças no estilo de vida, por exemplo, como no caso de insuficiência cardíaca.

Fonte: Labnetwork

Fonte: Labnetwork