A Beleza de Império que o Brasil está Construindo

Imagine um mercado que, em 2030, vai movimentar impressionantes R$ 46,61 bilhões. Sim, bilhões. E, pasme: é o Brasil, o país que, além de samba e futebol, está se tornando uma das potências globais em beleza e cuidados pessoais. Não é exagero. Estamos falando de um setor que cresce a passos largos, com uma Taxa de Crescimento Anual Compostade (CAGR) 5,85% ao ano entre 2025 e 2030. Isso significa que, enquanto você lê esta crônica, milhares de brasileiros estão comprando algum creme, shampoo ou maquiagem, muitos deles, de marcas que estão moldando este império da vaidade.

Entre as líderes dessa revolução estão gigantes como Unilever, L’Oréal e o nosso orgulho nacional, o Grupo Boticário, que em 2022 adquiriu a marca masculina Dr. Jones, mostrando que o mercado para homens também está em ascensão. Mas não é só isso. Há espaço para inovação e para marcas que ousam. A Costa Brazil, por exemplo, lançou um sabonete de luxo feito com óleos da Amazônia que, além de sustentável, promete nutrir a pele como nenhum outro.

E por que tudo isso importa? Porque mais de 87 mil toneladas de produtos de higiene e beleza foram importadas em 2021. O Brasil é uma nação que consome beleza em grandes quantidades, desde os produtos mais básicos até as fórmulas mais sofisticadas que combinam tecnologia e natureza.

Aqui, a palavra-chave é “masstige”, aquele produto que parece caro, mas não é, e entrega benefícios incríveis. É o shampoo que hidrata, limpa e ainda faz você se sentir em um comercial da TV, tudo por um preço acessível. É nesse segmento que marcas como Natura e Avon estão fazendo barulho. O consumidor brasileiro, sempre atento às promoções, está trocando os produtos premium pelos masstige e, às vezes, até pelos de massa, sem abrir mão de qualidade.

O que dizer da ascensão dos cosméticos veganos e orgânicos? Essa tendência veio para ficar, e marcas como Use Orgânico estão liderando a revolução. Em 2022, a plataforma lançou desodorantes naturais que prometem agradar desde a adolescente curiosa até o ambientalista radical. Não por acaso, produtos com rótulos como “livre de crueldade”, “vegano” e “orgânico” estão explodindo em popularidade, com consumidores cada vez mais conscientes sobre o impacto ambiental de suas escolhas.

Se por um lado o comércio eletrônico democratizou o acesso a produtos importados, por outro, os supermercados e farmácias continuam dominando. Redes como Drogasil e Pão de Açúcar são os templos da beleza cotidiana, oferecendo desde os mais simples sabonetes até os cosméticos de luxo que brilham nas vitrines.

Mas quem está roubando a cena é o comércio online. Segundo dados recentes, as vendas digitais do setor crescem a dois dígitos anualmente, tornando sites como o da Sephora e plataformas como o Mercado Livre os novos destinos de compra.

Quando olhamos para frente, o cenário é promissor. As projeções não deixam dúvidas: o Brasil está pronto para brilhar ainda mais no palco global da beleza. E você, leitor, já parou para pensar que, em algum momento, faz parte desses bilhões? Seja comprando um creme facial ou aquele desodorante vegano que promete mudar sua vida, você está ajudando a construir um mercado que não é apenas um reflexo da nossa cultura, mas também uma oportunidade gigantesca de negócios.

Porque, no fim das contas, beleza é poder. Um poder de R$ 46 bilhões e subindo.