Indústria Cosmética

A beleza do que ninguém vê no balanço

Escrito por Marco Marcelino

21 MAI 2025 - 09H30

Em 2025, a Colgate-Palmolive apareceu nas manchetes não por lançar um novo batom ou um frasco dourado de perfume, mas por ser cotada como a melhor ação do setor de cosméticos para se investir. Sim, aquela mesma Colgate do creme dental na pia do banheiro. A marca que a gente quase esquece que é marca, de tão parte do cotidiano que virou.

Enquanto o mundo se derrete pelas fórmulas coreanas e pelo K-beauty das redes sociais, a Colgate-Palmolive faz algo muito menos glamouroso: entrega resultado. Consistente, confiável, com cheiro de sabonete neutro.

Ela não está nos reels das influencers, nem nas prateleiras envidraçadas das boutiques de luxo. Mas está no armário de cada casa, nos kits de higiene dos hotéis, no banho das manhãs apressadas e nos cuidados de quem nunca vai dizer que ama cosméticos, mas não vive sem eles.

É curioso como o mercado, por vezes, valoriza o que os olhos não veem. Enquanto o brilho das ações da L’Oréal ou da Estée Lauder oscilam com o humor do TikTok, a Colgate-Palmolive cresce como quem planta: devagar, com raízes.

Ela sabe que o luxo está mudando de rosto. Que a beleza não é só pele, é confiança. E que o consumidor de hoje, mais do que nunca, quer promessas que funcionem e marcas que permaneçam.

E enquanto alguns investidores olham para o setor de cosméticos esperando a próxima revolução em ácido hialurônico, a Colgate se apresenta com algo ainda mais raro: previsibilidade. Em tempos de incerteza global, isso vale ouro ou melhor, vale hedge fund.

Na superfície, parece estranho ver uma marca tão “do dia a dia” liderar o ranking de cosméticos. Mas talvez seja isso mesmo que ela nos ensine: que o verdadeiro valor nem sempre está na vitrine. Às vezes, está na gaveta do banheiro. Discreto. Constante. E indispensável.

O mercado corre atrás da beleza do agora. A Colgate aposta na beleza de sempre. E, ironicamente, é essa que parece envelhecer melhor.

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