Indústria de química analítica

Estudo identifica concentrações elevadas de terras raras no rio Paraíba do Sul, em São José dos Campos

Resultados da pesquisa foram apresentados no 10º Congresso Analitica, em São Paulo

Escrito por Casa9

25 SET 2025 - 00H27

Não é de hoje que o tema terras raras está presente no noticiário. O Brasil possui a segunda maior reserva do mundo, ficando atrás apenas da China. Apesar de ser, de fato, uma riqueza estratégica, já que esses elementos são extremamente valorizados pela indústria de alta tecnologia, encontrá-los em determinados ambientes pode representar um problema.

É o que revela um estudo conduzido pelo professor da UNESP, Amauri Antonio Menegário, especialista em Química Analítica e Ambiental. Ele apresentou o resumo do trabalho “Fractionation of rare earth elements in water samples from the Paraíba do Sul River” durante congresso realizado dentro da Analitica Latin America, o principal evento da indústria química analítica da América Latina. O pesquisador participou do encontro a convite da Sociedade Brasileira de Química, responsável pela curadoria de conteúdo do segundo dia do congresso.

A equipe do professor coletou amostras em sete pontos do rio Paraíba do Sul, na região de São José dos Campos, uma área com grande potencial para contaminação industrial, doméstica e também natural. O trabalho foi feito tanto em períodos de seca, como de chuva. “Existem muitos papers na literatura sobre terras raras, mas eu queria fazer um estudo utilizando um método analítico diferente dos usados até então”, explica Amauri.

Os resultados chamaram a atenção: as concentrações de terras raras foram até 38 vezes maiores do que as registradas no rio Madeira, no Norte do país. Além disso, os níveis se mostraram mais elevados no período chuvoso do que na estiagem.

Ainda não é possível determinar a origem da presença desses elementos no Paraíba do Sul. Em geral, estudos associam esse tipo de contaminação à mineração, ao descarte industrial, ao uso de contrastes médicos (como o gadolínio em exames de ressonância) ou a rejeitos inadequados. Alguns elementos podem se acumular em sedimentos, afetando a fauna e a flora aquática e comprometendo o equilíbrio ecológico.

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Nesta edição da Analitica Latin America, há palestras ao longo dos três dias de evento. Para quem trabalha e acompanha o setor de química analítica, é uma oportunidade para sair da zona de conforto. “Eu estou acostumada a estar dentro de um laboratório, então, quando a gente vem a um local assim é que é possível notar como o nosso universo é grande e abrangente”, relata a mestranda Ariadne Mayra Silva Rocha.

O 10º Congresso Analitica segue nesta quinta-feira (25), das 14h às 19h, em São Paulo.

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